Sunday, October 19, 2014

MULHERES VINHATEIRAS

Aproveitando o ensejo das próximas degustações que o Bicchiere fará visando o público feminino, vale super a pena saber sobre a história dessas poderosas vinhateiras.
E é como eu sempre falo, tem muito mais do que só vinho dentro de uma garrafa...
Guerreiras, corajosas, determinadas, essas mulheres revolucionaram em diferentes épocas  o setor do vinho, uma área onde os homens sempre foram a imensa maioria.
Brindem e bebam cultura!!!

Barbe-Nicole Clicquot Ponsardin (1777-1866) ficou viúva aos 27 anos, com uma pequena filha e sem qualquer formação empresarial assumiu o controle da vinícola do marido. Em meio a guerras do período napoleônico, lutou para transformar, em pouco mais de uma década,  a pequena empresa familiar em um grande negócio.  Foi uma das primeiras mulheres a liderar um império comercial internacional, sob a marca Veuve Clicquot. Sem medo de arriscar tudo o que tinha, ela fez do produto que vendia um sinônimo de luxo e tornou-se uma lenda na França. Hoje em dia eu me pergunto quem é que não conhece aquela garrafa de rótulo amarelo que eu carinhosamente chamo de viúva? É puro luxo!!! A Madame Clicquot Ponsardin é praticamente um ídolo, single mom, empreendedora e super avant guard ! Brindemos com Champagne!


Antónia Adelaide Ferreira (1811-1896), mais conhecida por Ferreirinha, foi uma empresária portuguesa notável do século XIX,  ligada aos negócios do vinho do Porto. Apesar de ter nascido no seio de uma família de posses, Antónia não se deixou acomodar ao estilo de vida típico. Ficou viúva com apenas 32 anos, mas casou-se de novo em 1856 com o seu administrador, José da Silva Torres e continuou a manter o negócio da família. Tornou-se a pessoa mais rica e respeitada do Alto Douro vinhateiro e numa das mais poderosas individualidades da época em Portugal. Lutou contra a falta de apoios dos sucessivos governos, mais interessados em construir estradas e comprar vinhos espanhóis que investirem na produção do país.



Lilly Bollinger (1890-1965)- Viúva aos 42 anos, ela comandou os destinos da vinícola da família em plena Segunda Guerra, quando a França estava ocupada pelos nazistas. Fez a empressa prosperar sob sua liderança, dobrando de tamanho.  Figura amada em Champagne, onde era vista andando de bicicleta pelos vinhedos todos os dias. Em 1961, quando um repórter de Londres perguntou sobre quando ela bebia Champagne, Madame Bollinger respondeu: “Só bebo Champagne quando estou feliz e quando estou triste. Às vezes, bebo quando estou sozinha. Quando estou em companhia, considero obrigatório. Bebo um golinho se não estou com fome e bebo quando estou com fome. Caso contrário nunca toco nele, a não ser que esteja com sede.”





Maria Luz Marin, nascida em 1951, foi a primeira mulher a trabalhar como enóloga em terreno chileno. Estreou na área com 30 anos. É engenheira agrônoma, pós-graduada em viticultura na França. Em 2000 quebrou outro paradigma ao fundar a Viña Casa Marin, em San Antonio,  um local onde a paisagem reúne  neblinas matinais,  ventos fortes e temperaturas frias na época do amadurecimento das uvas, o que a fez ser olhada com ceticismo por muitos experts que não acreditavam que condições tão extremas fossem capazes de produzir vinhos bons. Aos poucos, mostrou que valeu a pena apostar em sua intuição.




Donatella Cinelli – Nascida em 1953, em uma família de produtores de Brunello di Montalcino, na Toscana, fundou em 1993 o Movimento Turismo do Vinho e inventou a Manifestação Vinícola Aberta, que contribuíram significativamente para incrementar o turismo de vinho na Itália. Depois de trabalhar 14 anos na Vinícola da Família, criou seu próprio negócio. É dona do Casato Prime Donne em Montalcino, uma vinícola de produção de Brunellos onde só trabalham mulheres. Possui inúmeros prêmios, dentre eles, o de melhor produtor de vinho italiano.




Jancis Robinson – Nascida em 1954, na Inglaterra, é hoje uma das maiores autoridades de vinho do mundo. Formada em Filosofia e Matemática começou a se interessar pelo estudo do vinho há quase trinta anos, quando a apreciação da bebida ainda era considerada algo supérfluo. Foi a primeira especialista fora do círculo de vinicultores a receber, em 1984, o título de Master of Wine, o respeitado e difícil teste de qualificação que avalia o conhecimento teórico e prático sobre vinhos. É autora de importantes publicações como o Atlas do Vinho. Também percorre o mundo fazendo palestras e participando de degustações e avaliações de rótulos. Por ser considerada extremamente técnica e capacitada, foi escolhida consultora oficial da adega do Palácio de Buckingham, em Londres, onde vive a rainha Elizabeth II.

A essas mulheres um brinde de gratidão: tim-tim!


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